Fim de semana de au pair é uma coisa meio engraçada, meio triste.
Meu fds começou cedo. Sexta a noite quando a host chegou em casa ela logo me liberou e disse pra eu ir curtir a vida. Encontrei com a Carol, que é uma au pair brasileira e a Rosie, que é argentina e fomos pedalando felizes até o Murphy's Pub. A gente ficou na nossa lá, tomando nossas Heinekens e minding our own business quando um cara *lindo* parou na nossa mesa e perguntou se éramos de Naarden. Resumindo a história, ele era da Suíca e tava fazendo um mochilão ela Europa e não sabia como chegar em Amsterdam. Ele acabou ficando com a gente a noite toda. Depois de alguns copos de Heineken a Rosie resolveu ir sentar na mesa onde estavam dois caras lindíssimos e fui atrás dela, cada uma sentou do lado de um deles e ficamos pelo menos uma hora conversando com eles. Eles foram super simpáticos, contaram várias histórias sobre Amsterdam, pagaram uma rodada de cerveja pra todo mundo e depois de mais ou menos uma hora eles simplesmente disseram que tinham mais o que fazer e foram embora, vai entender. A volta pra casa foi mega hilária, a Rosie tava decepcionada com o holandês com quem ela tinha conversado pq ele não chegou nela e a Carol tava doidona de felicidade.
No dia seguinte tentei dormir até tarde mas a barulheira das crianças no andar de baixo me acordou as 9h, depois consegui cochilar até umas 10h. Aí tomei um banho, arrumei todo o meu quarto e desci, mas fiquei morrendo de vergonha de pegar as coisas pra tomar café pq todo mundo ja tinha tomado, então eu fiquei sem comer mesmo. As 12h a Rosie passou em casa e fomos pegar o trem pra Amsterdam. Tenho que dizer que o trem aqui na Holanda é uma parada de luxo, viajamos de segunda classe e juro que não vi porque viajar na primeira, já que a segunda já é top. Chegamos lá por volta das 13:30 e como estávamos morrendo de fome paramos no primeiro - adivinha??? - McDonalds que achamos!! É, fui pra Amsterdam pra comer McDonalds.
Eu achei que o passeio ia ser uma coisa meio mágica, porque eu sempre sonhei em passear numa dessas grandes capitais da Europa, mas na verdade Amsterdam não perde em nada pra São Paulo. Sério. É uma cidade movimentada e barulhenta, parece a Praça da Sé em plena seis da tarde, com a diferença de que as pessoas são educadas e bonitas. Mas no geral, é tipo passear na Rua Augusta: tem todo tipo de gente (muito) estranha e alternativa, e maconha em cada esquina. A cidade inteira fede maconha, reclamei várias vezes disso e a Rosie disse pra eu me acostumar pq é assim mesmo. Não gostei, mas fazer o que.
Depois que demos umas 15 voltas no centro da cidade resolvemos ir pro Red Light District e MANO, nunca vi mulheres tão FEIAS em toda minha vida!! Caraaaa é impressionante, elas ficam lá de biquininho nas vitrines dançando (daquele jeito paradão de europeu) com umas bundas horríveis cheias de celulite e umas caras monstruosas. Juro que fiquei chocada com a feiúra daquelas meninas.
Aí a gente deve ter andado mais de meia hora pra conseguir chegar no mercado de flores, e de novo as expectativas estavam altas demais. Eu esperava ver jardins lindos cheior de flores e zaz... mas eram só várias barraquinhas que vendiam florzinhas, plantinhas, sementes... nada demais. Aí resolvemos andar mais uns 20 minutos pra chegar no museu da Anne Frank, e AÍ SIM eu gostei de verdade. O museu foi feito na casa onde ela ficou refugiada por 2 anos durante a perseguição a judeus na Segunda Guerra Mundial, e é triste. Quando vc entra no lugar, e pensa em tudo que aqueles pessoas passaram ali dentro, dá um peso, uma sensação estranha... é chocante. As fotos, as frases, os vídeos, os móveis que estão ali dentro carregam transmitem toda a tensão e melancolia que o lugar devia ter na época. Amei.
Esse foi o fim do dia em Amsterdam, mas não o fim do dia. Eu e a Rosie pegamos um trem de volta pra Naarden as 19h e a Carol foi encontrar a gente na estação. De lá fomos de bike até uma pizzaria, cada uma pegou sua mini pizza e pedalamos até o parque. Ficamos lá apreciando a paisagem e a tranquilidade do lugar enquanto comíamos e conversamos felizeeesss....
Quando voltei pra casa os hosts tinham saído, as crianças tavam dormindo e eu tava sozinha. Aí bateu um puta desespero, me vi sozinha sem nada pra fazer, a internet é uma bosta pq eu moro no sótão e o sinal não pega... cara, chorei de novo. Chorei mesmo, até pegar no sono. Não sei porque.
Hoje o dia foi tranquilo e agradável, acordei e de novo não tive coragem de ir tomar café, então fiquei com fome. Fui com a Carol e a Rosie pra Hilversum na casa de uma outra au pair brasileira e outras duas se juntaram a nós. Fizemos um almoço brazuca, com comida de verdade (e principalmente, A VONTADE, pq aqui é tudo contado!), conversamos, falamos besteira, cantamos (mas não dançamos!) o Créu e a Piri-pi-piri-piriguete, e depois voltamos pra casa. Meus hosts hoje me convidaram pra jantar com eles, foi bem legal porque tivemos uma conversa agradável e me senti menos isolada das pessoas.
É meio triste sabe, porque tem muita coisa pra fazer ainda mas prevalece aquela sensação de que vc não está em casa, e por mais que pareça que vai ser tudo em clima de férias não é bem assim. Cuidar das crianças não é a pior parte porque meus kids são muito obedientes e passam a maior parte do tempo na escola, mas só de pensar que tenho que aspirar os 3 imensos andares da casa amanhã já me dá fadiga, e eu gosto de seguir o Jaiminho Way of Life, então...
Já tenho planos pra minha primeira viagem, provavelmente no fim de outubro, e acho que isso vai manter minha mente ocupada por um tempo.
Torçam por mim! ;)
