sábado, 25 de janeiro de 2014

Realidade x Conto de Fadas

Eu só acho que assim, antes de as pessoas julgarem, elas deveriam tentar entender. E, é óbvio, muitas vezes elas não vão conseguir entender, porque, pra começar, elas não vão conseguir saber o que se passa na cabeça, na vida, no momento das outras pessoas.

Cada um tem a sua verdade, o seu momento, os seus sentimentos, o seu jeito, seu caráter. E a maioria não vai mudar. Talvez porque não querem, ou porque não conseguem, às vezes só porque não vão e pronto.

Não há nada que você possa fazer pra mudar as pessoas, se elas não querem mudar.

A vida é dura, as verdades doem, elas doem MUITO, as pessoas são egoístas por natureza e ninguém, NINGUÉM (além, é claro, de seus pais, irmãos, avós) vai se sacrificar por você, ou fazer qualquer esforço pra te ajudar quando você estiver realmente necessitando, a não ser que eles possam ganhar alguma coisa com isso. É fato, é a vida, é o mundo em que vivemos. Conforme-se. Fingir que tudo são flores e se esconder dentro de um mundinho cor-de-rosa onde você tem vários amigos, todos verdadeiros, onde tudo vai ficar bem, e os problemas são passageiros, não vai mudar o fato de que existem coisas e fases na vida que são desagradáveis, uma merda pra falar a real, e que vão fazer você se sentir um lixo. É verdade que no fim tudo passa (tudo passaráááá), mas encarar o lado negro da força faz parte do desenvolvimento do ser humano, é assim que amadurecemos e nos tornamos pessoas melhores e mais fortes. 

A gente sempre acredita que está fazendo o que é melhor, para nós mesmos e até para os outros, mas será que é mesmo? Será que ás vezes não nos consideramos tão humildes, tão altruístas, que por isso acabamos, mesmo que sem perceber, nos colocando como melhores e superiores? Será que não seria isso, uma arrogância disfarçada (até inconscientemente), ou uma humildade arrogante?

Sou a favor de aceitar mais e julgar menos. Sou a favor de que as pessoas se preocupem mais com as próprias vidas, e não ficarem usando seu precioso tempo pra cuidar das dos outros. Sou a favor de deixarmos as outras pessoas em paz, e achar a nossa própria paz por fim.

Pessoas são diferentes.

E são esquisitas.

Conforme-se.


Change the way you look at introverts (http://www.buzzfeed.com/video/sararubin/change-the-way-you-look-at-introverts)

Tradução livre:

Mude seu modo de olhar para introvertidos.

Mitos dos quais todo introvertido está cansado:

“Introvertidos são tímidos” – introvertidos não são inerentemente tímidos, mas muita socialização pode ser opressiva. Festas acabam virando apenas um barulho branco.

“Introvertidos são mais tristes que extrovertidos” – extrovertidos se deliciam com a companhia dos outros. Para nós... um livro pode ser companhia o suficiente. Sozinho e solitário são coisas diferentes.

“Introvertidos nunca querem sair” – introvertidos gostam de ser sociáveis! Mas muita socialização é cansativo. Tempo a sós é necessário para recarregar as energias.

“Introvertidos não gostam de pessoas” – dizer “não” a alguns planos não quer dizer que não gostamos de você. Não desistam de nós! Continuem nos ligando...

“Introvertidos não têm amigos” – nós escolhemos amigos cuidadosamente, qualidade ao invés de quantidade!

Amigos que realmente nos entendem não têm preço.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Um ano de Brasil!

Hoje, 01 de Junho de 2013, faz exatamente um ano que eu voltei da gelada Holanda e cheguei de volta no meu amado Brasil!

É muito sentimento junto pra tentar descrever, então eu não vou tentar, mas é uma data que eu vou lembrar pra sempre exatamente por misturar tantas emoções de uma vez. Nunca vou me esquecer das lágrimas de tristeza que chorei no aeroporto quando me despedi da minha host family (a melhor do mundo!), do abraço apertado que recebi das crianças e até mesmo das lágrimas da host mom quando me deu o 4° abraço do ano... Também é impossível esquecer como chorei e gritei de felicidade quando cheguei no aeroporto de Guarulhos e abracei pela primeira vez em um ano meus queridos irmãos, meus pais, minhas tias, avós, primos, amigas...

Eu passei mais da metade do meu ano na Holanda contando os dias pra voltar ao Brasil, e passei quase a metade do meu primeiro ano de volta ao Brasil revivendo na memória tudo que eu vi na Holanda. Eu xinguei e chorei enquanto estava lá porque queria estar aqui, e eu chorei e sorri de saudades e vontade de voltar pra lá desde que cheguei aqui.

Não consigo achar as palavras certas pra tentar expressar o que isso tudo significa pra mim, muitas vezes eu não consigo sustentar as memórias por muito tempo porque elas machucam, e a saudade aperta, e volto a chorar.

Um ano de Holanda não foi só um ano de Holanda, foi também Paris, Berlim, Madrid, Toledo, Lisboa, Coimbra, Roma, Nápoles, Atenas, Santorini, Atuérpia, Bruxelas, Londres duas vezes, foi a Holanda inteira muitas vezes. Foi o mundo todo pra mim.

Eu senti raiva algumas vezes, senti fome, senti frio, senti dores nos rins por causa da água cheia de cálcio, senti que não ia conseguir suportar. Hoje eu só sinto saudades.

Só saudades... e a saudades pra sempre vai ficar. Das pessoas, dos lugares, das comidas, das bebidas, dos sorrisos, dos abraços contados, das rejeições, das aceitações, das dores. E eu agradeço por tudo.






Dank u wel Nederlands, ik mis je heel veel. Tot ziens! :')

quarta-feira, 23 de maio de 2012

O Calor

Depois de 7 meses de frio e mais frio e mais frio e mais frio (e daí um calorzinho no começo da primavera), finalmente começou a fazer CALOR na Holanda essa semana.

Eu acordei feliz com o sol brilhando forte na minha janela por 3 manhãs seguidas. Durante os 2 primeiros dias aproveitei para abrir as janelas da casa (pela primeira vez nos 9 meses em que estou aqui), levar as crianças e o cachorro pra brincar no quintal, tomar sorvete, brincar na água e zaz e zaz... Até que, é claro, alguém tinha que acabar com a minha alegria.

Hoje quando desci feliz, cantante e sorridente pro café da manhã, recebi a informação de que eu estava proibida de abrir as janelas da casa ou as portas do quintal, pois "agora que está calor, não queremos o ar de fora entrando dentro da casa". OI?

Ou seja, a lógica por aqui é: está frio, não abrimos as portas e janelas para o ar frio não entrar; quando está calor, não abrimos nada para o calor não entrar, ficamos fechados dentro de casa com o ar quente de dentro da casa mesmo.

A conclusão é que quando eu penso que estou me acostumando com o Dutch Lifestyle e até começando a gostar, eu vejo que a esquisitice dessa gente não tem fim e eu nunca vou me acostumar com isso.

Brasil, pra que te quero! Falta pouco pra voltar agora... enquanto isso, vou aproveitar o tempo que me resta aqui deitada sob uma sombra na grama do quintal, porque ficar dentro de uma casa fechada num calor de 28° não é de Deus.

Calooooor :)

quinta-feira, 5 de abril de 2012

A Vida.

A vida é uma coisa engraçada, passa 100% do tempo trollando a gente e a gente nem percebe.

Você passa incontáveis anos com a certeza de que precisa desesperadamente mudar pra Europa, viver uma coisa nova, ver gente nova, conhecer novos lugares. Você faz planos, você sonha com isso, você conta os dias pra fazer isso, porque é a coisa certa a fazer e assim você vai ser feliz. Aí você consegue tudo aquilo que você sempre sonhou e planejou, e a partir desse momento você só consegue pensar em como você quer voltar a ter a vida que você tinha antes (e que nunca aproveitava porque passava todo o seu tempo planejando a vida que você tem agora), você sonha e planeja voltar pro seu país, pra sua cidade, pros seus antigos amigos e zaz. E quando você se dá conta, você percebe que nunca consegue viver no presente, porque sempre tem alguma coisa a mais que você quer e que está no futuro, ou no passado, e você não consegue se desligar, e a vida vai passando e você não vê, você não aproveita.

É como quando se é criança e tudo o que você mais quer é ser adulto, então você faz de tudo pra ser como as pessoas grandes e as vezes acaba até esquecendo de ser criança pra isso. E quando você cresce, você passa o resto da vida lembrando de como eram bons os tempos que já se foram, e querendo voltar a ser criança.

Ou quando você está na escola e não vê a hora de ir pra faculdade, e na faculdade você sente saudades da escola; é como quando você passa anos sonhando com o dia em que vai ser formar, e depois disso passa anos revivendo na memória como foram bons os tempos de faculdade.

Reflexões e reclamações a parte, eu só sei que me dei conta de que eu estou sentada na frente de um computador enquanto minha vida está passando, e eu estou aproveitando tão pouco dela que não é o suficiente nem pra guardar lembranças. Sabe aqueles momentos que ficam na memória, que te fazem rir até perder o ar só de lembrar? Pois é, eu também não. E não existe nada nem ninguém ao me redor que eu possa culpar por isso, além de mim mesma.

E o que fazer? Como proceder? Que atitude tomar?

O fato é que EU NÃO SEI APROVEITAR A VIDA, e se aos 23 anos eu já me arrependo e já sinto que perdi muito tempo precioso que não vai voltar mais, imagina como será daqui 10 anos, 20 anos, 50 anos? Vou viver o resto da minha vida de um passado vazio e com poucas lembranças, porque durante a minha juventude eu não soube aproveitar as oportunidades que a troll master vida me deu.

E what the fuck vocês têm a ver com isso? Nada, eu só queria desabafar.

Aceito sugestões de como ser uma pessoa normal. Obrigada.


quarta-feira, 21 de março de 2012

Welcome, Springtime!

Eu sempre publico uma bando de bobagem aqui no blog reclamando da vida, reclamando do tempo, reclamando da comida, reclamando de mim, reclamando dos outros, reclamando do que eu tenho que fazer e do que eu não faço, de tudo e de todos. Mas hoje eu só queria compartilhar com vocês como eu estou feliz com a chegada da Primavera, finalmente!

Só o fato de agora eu poder acordar de manhã com o Sol brilhando no céu azul, em vez da escuridão dos últimos 5 meses, já me dá um boost de ânimo suficiente pra passar o dia todo bem humorada! As plantinhas estão começando a nascer de novo, já tem algumas flores brotando no quintal, e - pasmem - já estou aposentando o casacão durante o dia (embora ainda precise dele quando saio a noite).

Com o aumento(inho) da temperatura, e o fato de que agora o sol só se põe lá pelas 7 e pouco da noite (ao invés das 3 da tarde), as crianças passam o dia brincando na rua, eu não preciso mais ligar o aquecedor no meu quarto, e já dá pra deixar portas e janelas abertas.

Só quem passou quase 5 meses inteiros de frio e escuridão sabe o alívio que é a chegada da Primavera! Tudo parece mais feliz, tudo tem mais luz (literalmente) e faz mais sentido agora que o inverno passou.

Afinal, quem é que não fica feliz com a perspectiva de estar morando num lugar que em 1 mês e pouco estará exatamente assim:


Eu pelo menos estou, e muito! ;)

xx.

sexta-feira, 9 de março de 2012

O Armário Embaixo da Escada, G.D. 12, Naarden



"Um construtor rico e sua mulher vinham jantar e tio Válter tinha esperanças de receber um grande pedido (a companhia de tio Válter fabricava brocas).
— Acho que devemos repassar o programa mais uma vez — disse ele. — Precisamos todos estar em posição às oito horas. Petúnia, você vai estar...?
— Na sala de visitas — disse tia Petúnia sem pestanejar — esperando para dar as boas vindas como manda a etiqueta.
— Ótimo, ótimo. E o Duda?
— Vou esperar para abrir a porta. — Duda deu um sorriso desagradável e hipócrita. — "Posso guardar os seus casacos, Sr. e Sra. Mason?”
— Eles vão adorá-lo! — exclamou tia Petúnia arrebatada.
— Excelente Duda — disse tio Válter. Em seguida dirigiu-se zangado a Harry. — E você?
— Vou ficar no meu quarto, sem fazer barulho, fingindo que não estou em casa — disse Harry monotonamente.
— Exatamente — disse tio Válter, sarcástico."
ROWLING, J.K., "Harry Potter e a Câmara Secreta" cap. 1 .

Não raramente, eu me sinto exatamente como o Harry Potter na casa dos Dursley, sofrendo bully do primo, sendo menosprezado, isolado e tendo que fingir que não existe pra não perturbar os tios malvados.

Já era de se imaginar que como Au Pair eu ia acabar mesmo virando empregada doméstica, e eu estava bem ciente disso quando decidi vir pra cá, então não posso, não vou e nem quero reclamar disso. Mas até aí, o programa promete todo um "intercâmbio cultural", no qual vc é integrado no dia a dia e hábitos da família, tornando-se "parte da família" e sendo tratado como tal. Bullshit.

São mais do que frequentes as situações inesperadas, como quando a host mom vai dar um jantar para os colegas de trabalho em casa, e me coloca pra cortar batatas na cozinha enquanto ela e os filhos fazem sala pra um bando de homens "enternados", e é aí que eu me sinto como o Harry na mão dos Dursley. Eu cortando batatas enquanto as pessoas passam por mim sem me notar, sem me dar oi, e quando termino o que tenho que fazer sou mandada pro meu quarto "...sem fazer barulho, fingindo que não estou em casa" (claro que ninguém nunca me diz isso claramente, mas é sempre o que eles esperam que eu faça).

Daqui a pouco só falta me mandarem dormir no armário embaixo da escada, oh well... quem sabe pelo menos um dia eu não recebo uma coruja com uma carta me convidando a ir pra Hogwarts?

Até lá vou levando minha vidinha de au pair...



quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Contos da Carochinha 2





Porque é claro que a minha onda de uruca não podia ter simplesmente terminado ali.

Ontem eu acordei com uma dor de cabeça infernal, fiquei a manhã inteira na cama sem conseguir levantar e já há 2 noites eu não consigo dormir por causa da dor. Hoje de manhã descobri o porquê: tenho um dente do siso nascendo. Não, ele não podia ter começado a nascer antes de eu vir pra cá ou esperado mais 128 dias pra nascer quando eu já estivesse de volta ao Brasil, onde eu posso facilmente ir a um dentista e tratar, ou simplesmente tomar uma dúzia de dorflex pra conseguir suportar a dor. Ele tinha que nascer bem aqui, durante os breve 10 meses em que eu estou num país onde as pessoas não vão ao médico, não tomam remédios e eu sequer posso comprar um analgésico na farmácia para aliviar a dor.

Então eu vou viver em dor e desespero pelo resto dos meus 4 meses e meio aqui. É isso.

Se pá pelo menos vou tomar juízo agora... ou não.