quarta-feira, 21 de março de 2012

Welcome, Springtime!

Eu sempre publico uma bando de bobagem aqui no blog reclamando da vida, reclamando do tempo, reclamando da comida, reclamando de mim, reclamando dos outros, reclamando do que eu tenho que fazer e do que eu não faço, de tudo e de todos. Mas hoje eu só queria compartilhar com vocês como eu estou feliz com a chegada da Primavera, finalmente!

Só o fato de agora eu poder acordar de manhã com o Sol brilhando no céu azul, em vez da escuridão dos últimos 5 meses, já me dá um boost de ânimo suficiente pra passar o dia todo bem humorada! As plantinhas estão começando a nascer de novo, já tem algumas flores brotando no quintal, e - pasmem - já estou aposentando o casacão durante o dia (embora ainda precise dele quando saio a noite).

Com o aumento(inho) da temperatura, e o fato de que agora o sol só se põe lá pelas 7 e pouco da noite (ao invés das 3 da tarde), as crianças passam o dia brincando na rua, eu não preciso mais ligar o aquecedor no meu quarto, e já dá pra deixar portas e janelas abertas.

Só quem passou quase 5 meses inteiros de frio e escuridão sabe o alívio que é a chegada da Primavera! Tudo parece mais feliz, tudo tem mais luz (literalmente) e faz mais sentido agora que o inverno passou.

Afinal, quem é que não fica feliz com a perspectiva de estar morando num lugar que em 1 mês e pouco estará exatamente assim:


Eu pelo menos estou, e muito! ;)

xx.

sexta-feira, 9 de março de 2012

O Armário Embaixo da Escada, G.D. 12, Naarden



"Um construtor rico e sua mulher vinham jantar e tio Válter tinha esperanças de receber um grande pedido (a companhia de tio Válter fabricava brocas).
— Acho que devemos repassar o programa mais uma vez — disse ele. — Precisamos todos estar em posição às oito horas. Petúnia, você vai estar...?
— Na sala de visitas — disse tia Petúnia sem pestanejar — esperando para dar as boas vindas como manda a etiqueta.
— Ótimo, ótimo. E o Duda?
— Vou esperar para abrir a porta. — Duda deu um sorriso desagradável e hipócrita. — "Posso guardar os seus casacos, Sr. e Sra. Mason?”
— Eles vão adorá-lo! — exclamou tia Petúnia arrebatada.
— Excelente Duda — disse tio Válter. Em seguida dirigiu-se zangado a Harry. — E você?
— Vou ficar no meu quarto, sem fazer barulho, fingindo que não estou em casa — disse Harry monotonamente.
— Exatamente — disse tio Válter, sarcástico."
ROWLING, J.K., "Harry Potter e a Câmara Secreta" cap. 1 .

Não raramente, eu me sinto exatamente como o Harry Potter na casa dos Dursley, sofrendo bully do primo, sendo menosprezado, isolado e tendo que fingir que não existe pra não perturbar os tios malvados.

Já era de se imaginar que como Au Pair eu ia acabar mesmo virando empregada doméstica, e eu estava bem ciente disso quando decidi vir pra cá, então não posso, não vou e nem quero reclamar disso. Mas até aí, o programa promete todo um "intercâmbio cultural", no qual vc é integrado no dia a dia e hábitos da família, tornando-se "parte da família" e sendo tratado como tal. Bullshit.

São mais do que frequentes as situações inesperadas, como quando a host mom vai dar um jantar para os colegas de trabalho em casa, e me coloca pra cortar batatas na cozinha enquanto ela e os filhos fazem sala pra um bando de homens "enternados", e é aí que eu me sinto como o Harry na mão dos Dursley. Eu cortando batatas enquanto as pessoas passam por mim sem me notar, sem me dar oi, e quando termino o que tenho que fazer sou mandada pro meu quarto "...sem fazer barulho, fingindo que não estou em casa" (claro que ninguém nunca me diz isso claramente, mas é sempre o que eles esperam que eu faça).

Daqui a pouco só falta me mandarem dormir no armário embaixo da escada, oh well... quem sabe pelo menos um dia eu não recebo uma coruja com uma carta me convidando a ir pra Hogwarts?

Até lá vou levando minha vidinha de au pair...